Estudo americano sugere que pessoas que têm dor contínua apresentam
maior comunicação entre regiões cerebrais ligadas a emoções e mudanças
de ambiente
A maneira como o cérebro de uma pessoa responde às emoções pode dizer se
uma lesão nas costas vai se tornar um problema de dor crônica ou não.
Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido na Universidade de
Northwestern, nos Estados Unidos, e publicado na edição desta semana da
revista Nature Neuroscience. "Pela primeira vez, fomos capazes de
explicar o motivo pelo qual parte das pessoas com lesão nas costas
desenvolve um quadro de dor crônica e outras não", diz Vania Apkarian,
que coordenou o trabalho. Ela explica que sofrer uma lesão não é
suficiente para acarretar a dor contínua. De acordo com a pesquisa, o
problema é resultado de uma maior comunicação entre duas regiões
específicas do cérebro: uma, responsável pelas respostas do cérebro às
diferentes emoções, e a outra, pelas reações do cérebro com mudanças de
ambiente.
O estudo se baseou nos dados de 39 pessoas que sentiam dores na região
lombar há ao menos um mês e até quatro meses antes de a pesquisa
começar. Nenhum desses indivíduos havia tido problemas de dores nas
costas antes. No início do trabalho e mais outras três vezes durante um
ano os participantes passaram por avaliações nas quais fizeram exames de
ressonância magnética e relataram a intensidade da dor. Após 12 meses,
20 pacientes haviam se recuperado e os outros 19 foram classificados
como portadores de dor crônica.
Os autores concluíram que, entre os pacientes que desenvolveram dor
crônica, a comunicação entre essas duas regiões do cérebro foi muito
maior — ou seja, o cérebro reagiu de maneira mais intensa à lesão
inicial — do que os outros participantes. Além disso, essa maior
comunicação foi demonstrada desde o começo da pesquisa, o que mostra que
essa característica pode ajudar a prever se uma pessoa vai ou não ter
de conviver com a dor por um tempo prolongado. Segundo os pesquisadores,
os próximos passos da equipe serão novos estudos que busquem, com base
nessas constatações, novas terapias para tratar a dor crônica.
Fonte: http://veja.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário