quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Paralisia facial e fisioterapia atual

A paralisia de Bel, ou mais atualmente chamada de paralisia facial idiopática, é uma doença aguda do nervo facial que produz perda parcial ou total dos movimentos de um lado da face. A paralisia facial recupera-se espontaneamente sem qualquer tratamento na maioria das pessoas, mas não em todas.

Recursos fisioterapêuticos como exercícios faciais, biofeedback, laser, eletroterapia, massagem e termoterapia são comumente utilizados para acelerar a recuperação, melhorar a função motora da face, ou tratar as seqüelas dos indivíduos que não tiveram melhora espontânea.

Este mês a Biblioteca Cochrane (Fator de impacto 2010=6,186) traz a atualização da revisão sistemática sobre Fisioterapia na Paralisia facial idiopática (veja aqui), primeiramente publicada em 2008.

Nesta atualização foram incluídos 12 estudos com 872 indivíduos, a maioria com alto risco de viés. Destes, quatro estudos avaliaram a eficácia de estimulação elétrica (313 participantes), outros três estudos avaliaram exercícios faciais (199 participantes) e outros cinco estudos combinaram diferentes formas de fisioterapia com acupuntura (360 participantes).

Principais evidências:

- Há evidencias de um único estudo de qualidade moderada de que os exercícios faciais são benéficos para os casos crônicos de paralisia facial (mais de nove meses após a paralisia);

- Há evidências de outro estudo de qualidade moderada que os exercícios faciais podem ajudar a reduzir sincinesia motora (uma seqüela da paralisia facial) e o tempo de melhora;

- Há dados insuficientes para se decidir se a eletroestimulação funciona, pois foram identificados estudos com alto risco de viés que tiveram resultados contraditórios;

- A mesma conclusão ocorreu com estudos que associaram acupuntura e recursos fisioterapêuticos como exercícios faciais e eletroterapia;

- Não foram encontrados estudos randomizados específicos com indivíduos com paralisia facial idiopática que avaliassem a eficácia dos demais recursos como o laser, biofeedback, estimulação com crioterapia, termoterapia, massagem, etc., e assim, não foi possível avaliar o risco e efetividade destes recursos.

Conclusões:

Os exercícios faciais parecem auxiliar na melhora da função facial, principalmente em pessoas com paralisia moderada e nos casos crônicos. Parece também que em casos agudos (com menos de três semanas), os exercícios faciais podem ajudara a reduzir o tempo de melhora. Porém esta evidência ainda é frágil, e mais estudos clínicos são necessários para melhores avaliações sobre os riscos e benefícios dos diversos recursos fisioterapêuticos.

Fonte:  http://www.fisioterapiaemevidencia.com

A dorzinha incômoda da tendinopatia patelar

Começa com uma dorzinha esporádica, que se repete sempre no fim dos treinos. Mais adiante passa a incomodar logo no início da atividade física e segue atrapalhando na medida que a quilometragem aumenta. Por último, ações simples como subir ou descer escadas, ficam quase impraticáveis. O diagnóstico provável: tendinite na patela (osso que protege a articulação do joelho).

A lesão no joelho que, por vezes, passa despercebida na fase inicial, é uma das mais comuns entre os corredores de rua. “É um problema que está ligado ao treino inadequado, ao aumento repentino de intensidade e ao desequilíbrio muscular”, explica o ortopedista Lúcio Ernlund.

Os primeiros sintomas da inflamação, denominada de “joelho de saltador”, é um incômodo que começa com leves pontadas na parte inferior do joelho. A dor, porém, tende a desaparecer com o repouso, camuflando a contusão. “Por isso o corredor acha que está tudo bem, mas o problema pode ainda pode existir”, alerta o médico.

Ernlund dá dicas do que se deve fazer para evitar as lesões de patela. “Às vezes a pessoa está jogando força a mais para uma perna do que para outra e não percebe. Isso pode facilitar o aparecimento de uma tendinite”, explica o médico, indicando o acompanhamento de um profissional de educação física nas corridas.

Outro aspecto facilitador é a escolha do tênis, que deve ser feita de acordo com a pisada (para fora ou para dentro). Por fim, a familiaridade com o percurso de treino também ajuda a evitar contusões mais sérias.


Fonte: Portal Revista O2

Osteoporose em estágio inicial poderá ser diagnosticada por teste de urina

Exame de sangue ou de urina é capaz de detectar alterações nos ossos mais rapidamente do que a análise por meio de aparelho de raios X



A osteoporose pode passar a ser diagnosticada em estágios iniciais por meio de exames de urina ou de sangue. Cientistas da Universidade do Arizona (ASU, sigla em inglês) e da Nasa desenvolveram uma técnica muito mais sensível que a de raios X que permite detectar a perda óssea. O estudo foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

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OSTEOPOROSE
A doença progressiva causa a redução da densidade dos ossos do corpo, facilitando a ocorrência de fraturas. Acredita-se que ela afete 33% das mulheres na pós-menopausa no Brasil. As fraturas afetam, principalmente, idosos, sendo as lesões mais frequentes na coluna vertebral e no quadril. Entre os fatores de risco estão: déficit de cálcio na dieta, sedentarismo, constituição magra, consumo em excesso de álcool, tabagismo e fatores genéticos. A osteoporose é prevenida com o aumento da densidade óssea pelo consumo adequado de cálcio e de vitamina D.

Análises de laboratório de amostras de urina de voluntários revelaram que a nova técnica pode detectar a perda óssea em uma semana após o início do descanso. “Demostramos que o conceito funciona em pessoas saudáveis. O próximo passo é checar se ele também é eficiente em pacientes com doenças que alteram os ossos” diz Ariel Anbar, um dos responsáveis pelo estudo.

De acordo com Anbar, o método pode ajudar também no tratamento do câncer. Segundo ele, a perda óssea ocorre em um número crescente de pacientes em estágios avançados de câncer. "No momento em que essas perdas são detectadas pelo aparelho de raios X, os danos significativos já ocorreram", diz.

Isótopos – Com a nova técnica, a perda óssea é detectada por meio de uma análise dos isótopos do cálcio, que estão naturalmente presentes na urina. Os isótopos são átomos de um mesmo elemento químico que diferem em massa. Como, para fazer o exame, o paciente não precisa ingerir nenhum tipo de substância específica, os cientistas afirmam que o teste não representa nenhum risco à saúde.

Para desenvolver a técnica, os cientistas levaram em consideração que, quando os ossos se formam, os isótopos de cálcio mais leves entram no osso um pouco mais rápido do que aqueles que são mais pesados. Além disso, os pesquisadores utilizaram um modelo matemático desenvolvido há 15 anos por Joseph Skulan, atualmente professor da ASU. Esse modelo previa que, em pessoas com ossos saudáveis, as taxas de isótopos de cálcio no sangue e na urina deveriam estar equilibradas.

No estudo financiado pela Nasa foi feita a análise dos isótopos de cálcio na urina de uma dúzia de voluntários saudáveis. Todos tiveram de permanecer deitados por 24 horas durante 30 dias. Sempre que uma pessoa se deita, os ossos que suportam o peso do corpo, como os da coluna e das pernas, são aliviados do peso. Com isso, os ossos começam a se deteriorar. Períodos longos deitados induzem, assim, a uma perda óssea similar às que ocorrem em caso de osteoporose ou com astronautas.

"A Nasa conduz esses estudos porque os astronautas em microgravidades vivem esse problema e sofrem de perda óssea", diz Scott M. Smith, nutricionista da Nasa e coautor do estudo. "Esse é um dos principais problemas em espaçonaves tripuladas."

Outras doenças – O conceito, no entanto, pode ser usado para outros problemas. Diversas doenças podem causar mudanças súbitas nas taxas de isótopos ou na concentração de elementos químicos do corpo. “O conceito de assinaturas inorgânicas representa uma nova e estimulante abordagem para o diagnóstico, tratamento e monitoramento de doenças complexas, como o câncer”, diz Anna Barker, diretora da ASU.

Segundo o mexicano Rafael Fonseca, diretor do Departamento de Medicina da Clínica Mayo e membro de uma pesquisa colaborativa que tem como base as descobertas do estudo, hoje a dor é normalmente o primeiro indicador de que o câncer está afetando os ossos. "Se nós pudermos detectar isso mais cedo por uma análise de urina ou do sangue em pacientes de alto risco, o tratamento pode ter uma melhora significativa", diz.

Fonte: revista Veja

Passar menos horas sentado ou assistindo televisão prolonga a vida

Pesquisa afirma que restringir os períodos em que permanecemos sentados para até três horas diárias aumenta a expectativa de vida em dois anos




Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade do Estado de Louisiana e da Faculdade de Medicina de Harvard, ambas nos Estados Unidos, mediram quanto tempo de sedentarismo é preciso ser reduzido em um dia para aumentar a longevidade. De acordo com a pesquisa, restringir período em que uma pessoa fica sentada para até três horas por dia pode aumentar sua expectativa de vida em dois anos, e passar a assistir televisão por menos do que duas horas diariamente prolonga a vida em até 1,4 ano. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira no periódico BMJ Open.

CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Sedentary behaviour and life expectancy in the USA: a cause-deleted life table analysis
Onde foi divulgada: periódico BMJ Open
Quem fez: Peter T Katzmarzyk e I-Min Lee
Instituição: Universidade do Estado de Louisiana e da Faculdade de Medicina de Harvard, EUA
Dados de amostragem: Dados de 2005 a 2010 do Nhanes e cinco estudos envolvendo 167.000 adultos

Resultado: Reduzir o tempo diário em que ficamos sentados aumenta a expectativa de vida em até dois anos; e assistir televisão por menos do que duas horas por dia pode prolongar a vida em 1,4 ano.

A partir dos dados coletados entre 2005 e 2010 pelo Observatório Nacional de Exames em Saúde e Nutrição (Nhanes, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, os autores do trabalho calcularam o tempo médio no qual uma pessoa permanece sentada e levantaram os números de problemas de saúde associados ao sedentarismo, como diabetes e morte por doença cardíaca, registrados no país nesse período. Depois, os pesquisadores cruzaram essas informações com os resultados de outros cinco estudos sobre estilo de vida e mortalidade que, ao todo, envolveram 167.000 adultos.

Segundo os resultados, os adultos dos Estados Unidos passam, em média, 55% do dia em atividades sedentárias. E, entre todas as mortes registradas de 2005 a 20120 no país, 27% têm alguma relação com o hábito de ficar sentado por muito tempo e 19% com o hábito de assistir televisão. "Os resultados desse estudo indicam que o tempo de sedentarismo tem potencial para reduzir a expectativa de vida da população e que uma mudança significativa no comportamento dos indivíduos é necessária para afetar de maneira palpável a longevidade das pessoas", afirmam os autores no artigo.

Fonte: http://veja.abril.com.br 

Exercícios físicos ajudam a proteger o cérebro do Alzheimer

Três estudos mostram relação entre atividades físicas e melhora em funções cognitivas




Três pesquisas recentes mostram que exercícios físicos podem ajudar a promover as funções mentais e reduzir os riscos de declínio cognitivo e demência em idosos saudáveis ou com comprometimento cognitivo leve. Elas foram apresentadas no último domingo, durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada em Vancouver, no Canadá. “Esses novos estudos começam a esclarecer exatamente quais tipos de atividades físicas são mais efetivas, o quanto precisam ser praticadas e por quanto tempo”, diz William Thies, diretor médico e científico da Associação.

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COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais importantes da demência, como na doença de Alzheimer.

DEMÊNCIA
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor e falhas de linguagem.

COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
É o período de transição entre o quadro de envelhecimento normal e o diagnóstico de demência, que é a diminuição da função mental e comprometimento da memória, do pensamento, da capacidade para aprender e do juízo.

Um dos estudos, realizado pela Universidade de Pittsburgh, mostra que a caminhada pode ajudar a aumentar o tamanho de regiões cerebrais envolvidas com a memória. Os pesquisadores compararam o efeito no cérebro de dois grupos de idosos: aqueles que fizeram três sessões semanais de caminhada e aqueles que fizeram a mesma quantidade de treinos de musculação. O hipocampo dos idosos que praticaram a caminhada aumentou 2% em relação aos que fizeram musculação. A área está ligada à memória, e sua redução é um dos sinais do Alzheimer.

Segundo os organizadores da conferência, isso não significa que um tipo de exercício é melhor que outro, mas que diferentes exercícios podem afetar diferentes aspectos da saúde cerebral. Para demonstrar isso, eles exibiram uma segunda pesquisa, conduzida na Universidade da Columbia Britânica, no Canadá. Ela comparou o efeito de duas sessões semanais de exercícios de levantamento de peso com a mesma quantidade de treinamento aeróbico em mulheres que tinham entre 70 e 80 anos, com comprometimento cognitivo leve.

O grupo que levantou peso apresentou um desempenho melhor em testes que medem atenção, resolução de conflitos e memória. Além disso, esses treinos também trouxeram mudanças funcionais em três regiões cerebrais envolvidas com a memória.

O terceiro estudo apresentado foi conduzido por pesquisadores do Centro Nacional de Geriatria e Gerontologia do Japão. Eles analisaram o impacto de uma série de exercícios variados sobre as funções cerebrais de idosos com comprometimento cognitivo leve. O programa incluía exercícios aeróbicos, de força muscular e de postura realizados durante um ano.

Os pesquisadores compararam as funções cerebrais desses idosos com a de outros que não fizeram exercícios, mas assistiram aulas sobre como cuidar de sua saúde. Apesar de os dois grupos terem apresentado melhoras em testes de memória e de uso de linguagem, o resultado foi mais significativo naqueles que praticaram atividades físicas.

Fonte: http://veja.abril.com.br

Andar mais ao longo do dia ajuda a evitar diabetes tipo 2, diz estudo

Pesquisa observou que pessoas que caminham mais chegam a ter 30% menos riscos da doença

As conclusões de um novo estudo feito na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, reforçam a ideia de que a prática de atividade física, mesmo em intensidade leve, já é benéfica à saúde e pode ajudar a evitar uma série de doenças. Segundo a pesquisa, pessoas que não fazem exercícios e que apresentam maiores riscos de ter diabetes tipo 2  podem reduzir essas chances andando mais ao longo do dia. Os resultados foram publicados na edição desta semana do periódico Diabetes Care.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Modest Levels of Physical Activity Are Associated With a Lower Incidence of Diabetes in a Population With a High Rate of Obesity
Onde foi divulgada: periódico Diabetes Care
Quem fez: Amanda Fretts, Barbara Howard, Barbara McKnight, Glen Duncan, Shirley Beresford, Darren Calhoun, Andrea Kriska, Kristi Storti e David Siscovick
Instituição: Universidade de Washington, Estados Unidos
Dados de amostragem: 1.826 pessoas sem diabetes ou doença cardiovascular
Resultado: Caminhar mais no dia reduz em até 30% o risco de diabetes tipo 2 em comparação com andar menos do que o equivalente a 3.500 passos - ou menos de 3km ao dia
De acordo com os autores, outros estudos já associaram o fato de um indivíduo andar mais com uma redução do risco de diabetes tipo 2. No entanto, eles não especificavam quanto tempo uma pessoa deve andar para que isso aconteça. Eles indicam que o ideal é que uma pessoa dê ao menos 10.000 passos ao dia — e caminhe uma distância total equivalente a cerca de oito quilômetros.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores pediram que 1.826 pessoas que não tinham diabetes ou doenças cardiovasculares usassem um pedômetro — aparelho que conta quantos passos um indivíduo dá a cada dia — durante uma semana. Um quarto dos participantes apresentou níveis muito baixos de atividade física: eles davam, em média, 3.500 passos diariamente; e metade dessas pessoas andava menos do que 7.800 passos.
Após cinco anos desde o início do estudo, foram registrados 243 casos de diabetes tipo 2. Depois de ajustar os dados com outros fatores, como idade, tabagismo e histórico da doença na família, os pesquisadores concluíram que as pessoas que caminhavam mais eram 29% menos propensas a ter diabetes do que aquelas que caminhavam menos do que 3.500 passos.
Os especialistas explicam que os benefícios da atividade física leve ou moderada são válidos apenas para as pessoas que são sedentárias e decidem começar a se exercitar. Isso não significa, portanto, que indivíduos que estão mais acostumados a praticar atividades possam reduzir a intensidade delas.

Fonte: http://veja.abril.com.br

Maneira como cérebro responde a emoções pode prever surgimento de dor crônica

Estudo americano sugere que pessoas que têm dor contínua apresentam maior comunicação entre regiões cerebrais ligadas a emoções e mudanças de ambiente




A maneira como o cérebro de uma pessoa responde às emoções pode dizer se uma lesão nas costas vai se tornar um problema de dor crônica ou não. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, e publicado na edição desta semana da revista Nature Neuroscience. "Pela primeira vez, fomos capazes de explicar o motivo pelo qual parte das pessoas com lesão nas costas desenvolve um quadro de dor crônica e outras não", diz Vania Apkarian, que coordenou o trabalho. Ela explica que sofrer uma lesão não é suficiente para acarretar a dor contínua. De acordo com a pesquisa, o problema é resultado de uma maior comunicação entre duas regiões específicas do cérebro: uma, responsável pelas respostas do cérebro às diferentes emoções, e a outra, pelas reações do cérebro com mudanças de ambiente.


O estudo se baseou nos dados de 39 pessoas que sentiam dores na região lombar há ao menos um mês e até quatro meses antes de a pesquisa começar. Nenhum desses indivíduos havia tido problemas de dores nas costas antes. No início do trabalho e mais outras três vezes durante um ano os participantes passaram por avaliações nas quais fizeram exames de ressonância magnética e relataram a intensidade da dor. Após 12 meses, 20 pacientes haviam se recuperado e os outros 19 foram classificados como portadores de dor crônica.

Os autores concluíram que, entre os pacientes que desenvolveram dor crônica, a comunicação entre essas duas regiões do cérebro foi muito maior — ou seja, o cérebro reagiu de maneira mais intensa à lesão inicial — do que os outros participantes. Além disso, essa maior comunicação foi demonstrada desde o começo da pesquisa, o que mostra que essa característica pode ajudar a prever se uma pessoa vai ou não ter de conviver com a dor por um tempo prolongado. Segundo os pesquisadores, os próximos passos da equipe serão novos estudos que busquem, com base nessas constatações, novas terapias para tratar a dor crônica.

Fonte: http://veja.abril.com.br

Sedentarismo causa tantas mortes quanto cigarro

Segundo pesquisadores, falta de atividade física já pode ser considerada uma pandemia mundial



O sedentarismo pode ser tão letal quanto o tabagismo. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na revista médica The Lancet, a falta de atividade física foi responsável por 5,3 milhões das 57 milhões de mortes registradas no mundo em 2008. O cigarro, por sua vez, leva cerca de cinco milhões de indivíduos a óbito todos os anos, apontam os pesquisadores.


Tais números, de acordo com o relatório, fazem com que o sedentarismo possa ser classificado como uma pandemia. Esse trabalho faz parte de uma série de artigos que o periódico vem divulgando sobre exercícios físicos, aproveitando a proximidade da Olimpíada de 2012, que começa na próxima semana em Londres.

A pesquisa considerou inatividade física como a prática de menos do que 150 minutos de atividade física moderada (caminhada rápida, por exemplo) ou menos do que 60 minutos de exercícios intensos (como corrida) por semana. Segundo os dados, esse quadro atinge um terço da população mundial adulta (maior do que 15 anos), e é ainda mais prevalente entre os adolescentes: quatro em cinco jovens de 13 a 15 anos não atingem os níveis mínimos de atividade física. O sedentarismo se torna mais comum conforme as pessoas ficam mais velhas e atinge mais mulheres do que homens e pessoas de países risco.

Esse estudo foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores das universidades de Harvard e da Carolina do Sul, ambas nos Estados Unidos, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês), órgão de saúde americano, e do Instituto Nacional para Saúde e Bem-Estar da Finlândia. Para os autores, um dos grandes responsáveis pela inatividade física no mundo são os meios de transportes motorizados, que acabam aumentando o número de horas em que um indivíduo permanece sentado durante o dia.

No artigo, eles reforçam a importância de as autoridades dos países promoverem a atividade física entre a população, ampliarem o acesso das pessoas a espaços públicos onde elas possam exercitar-se e garantirem a segurança de pedestres e ciclistas. Segundo estimativas dos pesquisadores, aumentar os níveis de atividade física entre a população mundial em 10% poderia evitar mais de 500.000 mortes em todo o mundo ao ano.

Fator de risco — De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade física é o quarto maior fator de risco para doenças crônicas, ficando atrás somente da hipertensão, do tabagismo e do colesterol alto. A pesquisa publicada na revista The Lancet mostrou que o sedentarismo causa 6% dos casos de doença cardíaca coronariana, 7% de diabetes tipo 2 e 10% dos casos de cânceres de mama e cólon.

Fonte: Revista Veja

Atividades físicas trazem benefícios também ao cérebro

A prática de exercício ativa a memória, reduz a ansiedade, dá prazer e alivia a tensão do cérebro



Que a prática de esportes faz bem para o corpo, tonifica os músculos e melhora a capacidade respiratória, todo mundo já sabe. Mas os cientistas descobriram que, muito além dos benefícios para o corpo, os exercícios são ótimos para a saúde do cérebro. Fazer artes marciais, dança, natação, e outros esportes favorece o bombeamento de sangue, o que indica mais oxigênio pelo corpo, inclusive para as células da massa cinzenta. Isso significa que quem faz exercícios físicos regularmente tem risco menor de sofrer AVCs (acidentes vasculares cerebrais).

Os exercícios aeróbicos também estimulam a criação de novos neurônios, o que era impensável até o fim dos anos 90, quando se acreditava que nascíamos com uma quantidade certa de neurônios (cerca de 86 milhões) e que esse número só diminuiria com os anos.

"Além de possibilitar o ganho de novos neurônios, o exercício aumenta a capacidade de interação e comunicação entre eles, que é o que chamamos de sinapse", afirma Li Li Min, professor do Departamento de Neurologia da Unicamp. Isso quer dizer que os exercícios físicos não só aumentam a quantidade de jogadores em campo no cérebro (que seriam os novos neurônios) como também melhoram a qualidade do passe entre eles (sinapse).

Os pesquisadores coordenados por Min analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários. E perceberam um aumento na massa cinzenta daqueles que praticavam esportes.

"A pesquisa serviu para mostrar a capacidade adaptativa do cérebro aos exercícios. Se a prática de esportes pode influir inclusive na plasticidade da massa cinzenta, fazendo com que áreas do cérebro se desenvolvam mais, isso indica que os benefícios das atividades físicas são mesmo inegáveis à mente", diz Min.

Assim como a questão dos neurônios, o aumento da massa do cérebro era outro tabu: acreditava-se que ela só podia ser desenvolvida por algumas doenças que fariam o órgão se tornar maior em alguma parte. O estudo do professor Min mostrou que, como qualquer músculo do corpo, o cérebro também pode "ganhar massa", dependendo da região à qual aquela prática esportiva está associada.

Fonte: Revista Vida Simples

Excesso de gordura abdominal pode provocar disfunções sexuais e urinárias em homens

Pesquisa mostrou que circunferência da cintura pode prever risco de complicações como incontinência urinária e ejaculação precoce



O ganho de peso, especialmente em função da gordura que fica acumulada no abdome, pode não só desencadear doenças cardíacas e problemas metabólicos, mas também aumentar as chances de um homem sofrer disfunções sexuais e urinárias. Estudo realizado pelo Hospital Presbiteriano de Nova York, nos Estados Unidos sugere, pela primeira vez, que emagrecer pode ajudar a evitar complicações como micção frequente e disfunção erétil. De acordo com os resultados, publicados na edição do mês de agosto do periódico British Journal of Urology International (BJUI), reduzir a medida da circunferência abdominal em seis centímetros já melhora de maneira significativa a incidência desses problemas entre o sexo masculino.


A pesquisa se baseou em dados de 409 homens de 40 a 91 anos de idade que haviam apresentado algum sintoma no trato urinário inferior (STUI) — por exemplo, dificuldade em urinar e incontinência urinária, que são problemas comuns entre homens mais velhos. De acordo com os autores, uma maior circunferência abdominal foi associada a um maior número de vezes em que um individuo urina no dia: 39% dos homens com as maiores medidas do abdome urinavam oito vezes em um período de 24 horas e 44% precisavam ir ao banheiro ao menos duas vezes durante a noite. Esses índices foram de 16% e 15%, respectivamente, entre aqueles com as menores circunferências abdominais.

Problemas no sexo — Em relação a complicações de ordem sexual, 75% dos homens do grupo com as maiores medidas do abdome apresentavam disfunção erétil e 65% sofriam problemas de ejaculação precoce. Já entre os participantes com as menores cinturas, essas porcentagens foram de 32% e 21%, respectivamente.

"Os resultados demonstram que a obesidade entre homens afeta o bem-estar deles de maneira profunda", diz Steven Kaplan, coordenador do estudo. De acordo com o pesquisador, não é possível afirmar que a obesidade provoca diretamente problemas de ordem sexual e urinária, mas sim que as alterações hormonais e de fluxo sanguíneo provocadas pelo excesso de peso contribuem para essas complicações. "Essas evidências contribuem para a recomendação de que os homens devem manter um peso saudável para garantir uma boa saúde em geral."


Fonte: Revista Veja