Três estudos mostram relação entre atividades físicas e melhora em funções cognitivas
Três pesquisas recentes mostram que exercícios físicos podem ajudar a
promover as funções mentais e reduzir os riscos de declínio cognitivo e
demência em idosos saudáveis ou com comprometimento cognitivo leve. Elas
foram apresentadas no último domingo, durante a Conferência
Internacional da Associação de Alzheimer, realizada em Vancouver, no
Canadá. “Esses novos estudos começam a esclarecer exatamente quais tipos
de atividades físicas são mais efetivas, o quanto precisam ser
praticadas e por quanto tempo”, diz William Thies, diretor médico e
científico da Associação.
Saiba mais
COGNIÇÃO
Conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na
classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e
na linguagem. O comprometimento cognitivo é uma das características mais
importantes da demência, como na doença de Alzheimer.
DEMÊNCIA
A demência é causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a
memória, o pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar
atividades cotidianas. O Alzheimer é a causa mais comum de demência e
corresponde a cerca de 70% dos casos. Os sintomas mais comuns são: perda
de memória, confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de
humor e falhas de linguagem.
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
É o período de transição entre o quadro de envelhecimento normal e o
diagnóstico de demência, que é a diminuição da função mental e
comprometimento da memória, do pensamento, da capacidade para aprender e
do juízo.
Um dos estudos, realizado pela Universidade de Pittsburgh, mostra que a
caminhada pode ajudar a aumentar o tamanho de regiões cerebrais
envolvidas com a memória. Os pesquisadores compararam o efeito no
cérebro de dois grupos de idosos: aqueles que fizeram três sessões
semanais de caminhada e aqueles que fizeram a mesma quantidade de
treinos de musculação. O hipocampo dos idosos que praticaram a caminhada
aumentou 2% em relação aos que fizeram musculação. A área está ligada à
memória, e sua redução é um dos sinais do Alzheimer.
Segundo os organizadores da conferência, isso não significa que um tipo
de exercício é melhor que outro, mas que diferentes exercícios podem
afetar diferentes aspectos da saúde cerebral. Para demonstrar isso, eles
exibiram uma segunda pesquisa, conduzida na Universidade da Columbia
Britânica, no Canadá. Ela comparou o efeito de duas sessões semanais de
exercícios de levantamento de peso com a mesma quantidade de treinamento
aeróbico em mulheres que tinham entre 70 e 80 anos, com comprometimento
cognitivo leve.
O grupo que levantou peso apresentou um desempenho melhor em testes que
medem atenção, resolução de conflitos e memória. Além disso, esses
treinos também trouxeram mudanças funcionais em três regiões cerebrais
envolvidas com a memória.
O terceiro estudo apresentado foi conduzido por pesquisadores do Centro
Nacional de Geriatria e Gerontologia do Japão. Eles analisaram o impacto
de uma série de exercícios variados sobre as funções cerebrais de
idosos com comprometimento cognitivo leve. O programa incluía exercícios
aeróbicos, de força muscular e de postura realizados durante um ano.
Os pesquisadores compararam as funções cerebrais desses idosos com a de
outros que não fizeram exercícios, mas assistiram aulas sobre como
cuidar de sua saúde. Apesar de os dois grupos terem apresentado melhoras
em testes de memória e de uso de linguagem, o resultado foi mais
significativo naqueles que praticaram atividades físicas.
Fonte: http://veja.abril.com.br
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