terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Entenda o que é a tendinite patelar, síndrome que afeta os joelhos

Durante os treinos, você começa a sentir uma dorzinha chata no joelho, e de repente ela piora para uma dor crônica, principalmente ao subir escadas e cruzar as pernas. Pode ser tendinite patelar, uma síndrome gerada pelo excesso de exercícios e falta de alongamento. Entenda melhor o problema com as explicações do EU ATLETA.
Dores no joelho  (Foto: Getty Images) A tendinite patelar é uma síndrome gerada pelo excesso de treinos, muitas vezes além do limite de elasticidade e resistência do tendão. A dor se localiza na inserção do quadríceps (acima da patela), no corpo do tendão ou na tuberosidade da tíbia (abaixo do joelho). Geralmente, ela começa suave e melhora durante a atividade. A tendinite patelar pode ser dividida em várias fases e as dores mais comuns são:

- Dor no polo superior ou inferior da patela, sendo a mais frequente no polo inferior da patela;
- Dor percebida no dia a dia, como por exemplo ao subir e descer escadas;
- Dor ao usar salto alto;
- Dor ao estender as pernas ou caso permaneça por um longo período sentado (perna cruzada);
- Dor no início da prática esportiva com leve limitação;
- Dor durante a prática esportiva sem limitação;
- Dor durante a prática esportiva com limitação;
- Rutura do tendão, tornando-se incapacitante.
Euatleta header causas (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Uma das causas da tendinite patelar é o overuse, ou seja, excesso de uso, além de também ser desencadeada por fraqueza da musculatura da perna e falta de alongamento. No geral, é gerada por microtraumas repetidos no decorrer dos treinamentos, que podem acontecer devido a desequilíbrios musculares ou fadiga, muito impacto, sobrecarga e aumento da intensidade de treinos, erros posturais, doenças reumatológicas e deformidades ortopédicas. Está associada ao tempo e à velocidade das atividades.
Euatleta header como evitar (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Como todos os outros problemas decorrentes de exercícios, a prevenção é a principal arma contra essa patologia, e deve englobar:
A pequena corredora acompanha os outros atletas no alongamento do Circuito do Sol de belo Horizonte (Foto: Cristiano Quintino)
- Treinamentos em superfícies de menor impacto;
- Exercícios de coordenação;
- Alongamentos para melhorar a flexibilidade muscular;
- Musculação para fortalecer os músculos;
- Correções de vícios e postura;
- Treinar corretamente, sem exageros;
- Usar tênis adequado para cada pisada.
Euatleta header tratamento (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
Uma vez diagnosticada a lesão, através de uma ressonância magnética ou por exames feitos por um médico especializado, o tratamento se torna necessário, sempre respeitando a individualidade de cada pessoa. Medicamentos também podem ser administrados, mas sempre com orientação médica. Já a fisioterapia é um primeiro e indispensável passo para diminuir o quadro de dor e o déficit do atleta, realizado na avaliação da fisioterapia.

Fonte: Faça Fisioterapia.net

Lesões nervosas periféricas e a fisioterapia

Há alguns objetivos na reabilitação de Lesões Nervosas Periféricas que devem ser traçados através de uma avaliação individualizada:
- restaurar a capacidade funcional do paciente;
- auxiliar e promover o retorno do paciente as suas funções cotidianas normais;
-  ensinar o paciente a ser o mais independente possível, mesmo com suas alterações funcionais;
-  relembrar como realizar os movimentos perdidos com a lesão;
-  orientar maneiras de os familiares ajudarem o paciente;
-  ensinar exercícios para os familiares realizarem com o paciente em casa;
-  prevenir deformidades decorrentes do mau uso do membro afetado;
-  reduzir aderências da pele provenientes de cicatrizes;
-  melhorar a circulação local e global;
-  prevenir atrofia, ou seja, perda da massa muscular (parece que faz um buraco profundo na pele);
-  estimular a movimentação ativa global;
-  estimular os músculos paralisados;
-  evocar o retorno da sensibilidade;
-  fortalecer os músculos, evitando fraqueza muscular;
-  alongar os músculos pouco usados e os paralisados;
-  aliviar a dor;
-  melhorar a postura;
-  orientar órteses;
-  manter ou melhorar a função dos músculos respiratórios;
-  melhorar a coordenação motora;
-  promover a estabilidade das articulações ("juntas");
-  e, finalmente, trazer maior satisfação ao paciente.
 
 

Joelhos na Musculação

Para quem não sabe, os joelhos correspondem a 50% das consultas com médicos Ortopedistas/Traumatologistas dentro de todas as lesões músculo-esqueléticas do corpo humano. A articulação do joelho possui como principal característica a grande mobilidade. Mas em contrapartida, apresenta pequena estabilidade. Isto significa que, para termos um equilíbrio biomecânico desta articulação, os estabilizadores estáticos (ligamentos, meniscos, cápsula articular…) e os dinâmicos (músculos) precisam estar em harmonia.



O simples ato de caminharmos corresponde de 2 a 4 vezes o peso corporal na articulação intermediária do membro inferior. Atividades como agachar-se ou correr pode elevar este valor para 7 vezes o peso corporal na articulação. Estes números demonstram a importância para o cuidado com o treinamento desta articulação, para que nosso esporte não resulte em dor. Outros fatores como traumas, excesso de peso, genética, anomalias congênitas, uso frequente de corticóides, retrações e atrofias musculares, mau alinhamento ósseo, largura dos quadris e pés planos (chato), podem predispor a lesões específicas de joelhos e atrapalhar seu exercício na musculação.



Uma boa avaliação física associado ao histórico de saúde do indivíduo pode ajudar na detecção de potenciais problemas de joelhos. E isto não resultará na interrupção ou contra-indicação da musculação por exemplo. Com base nesta avaliação, treinamentos específicos serão montados, considerando o melhor ângulo de movimento nos aparelhos, ganho de flexibilidade muscular ou aumento de força muscular para um determinado músculo, além de confecção de palmilhas ou até mesmo exercícios terapêuticos com Fisioterapia, onde poderão ser utilizados a eletromiografia de superfície, eletroestimulação e propriocepção, que são exercícios que reúnem força, equilíbrio e coordenação.



Na academia, a principal dica é a orientação adequada para exercícios em cadeia cinética aberta (pés livres) e cadeia cinética fechada (pés apoiados em alguma superfície). Este último, dentro da angulação de movimento adequada, geram menores picos de pressão entre as cartilagens da patela e fêmur, prevenindo então, dores nos joelhos. Ambos poderão ser utilizados, de forma isolada ou mesmo em conjunto, basta conhecer o histórico de saúde do atleta, suas eventuais queixas de dores e o conhecimento de alguma patologia pré-existente ou potencial desequilíbrio estático ou dinâmico que possa atrapalhar o desempenho, conforme relatado anteriormente.



Sinais e sintomas como dor ao subir e descer escadas, ajoelhar, sentar e levantar após longo período, podem ser alertas de problemas não traumáticos dos joelhos. Converse com seu Educador Físico, Fisioterapeuta ou realize uma avaliação médica, pois uma simples mudança no treinamento pode prevenir futuros incômodos da articulação mais frequentadora dos consultórios médicos esportistas!

Fonte: Faça Fisioterapia.net

Canelite, o grande inimigo do corredor

Canelite, o grande inimigo do corredor
Qual o atleta que ainda não sentiu aquela dorzinha chata na região anterior da perna, mais especificamente na canela? Muito comum entre os praticantes de corrida de média e longa distância, esta dor -genericamente- recebeu o nome de canelite (Tibialgia ou Síndrome de Estresse da Tíbia Medial ou Shin Splints).

Na perna, mais precisamente na região da canela, existem dois ossos: a tíbia e a fíbula. Entre esses dois ossos estende-se um tecido resistente denominado membrana interóssea.

Quando se anda ou corre, nas etapas em que o tornozelo faz a flexão dorsal (o pé dobra-se em direção da perna), a fíbula faz um ligeiro movimento para cima como se fosse um pistão, este movimento irá gerar uma tensão na membrana interóssea. Quando este tipo de estímulo passa a ser exagerado e repetitivo, provoca um estresse constante na membrana que irá ocasionar a dor, edema local além de um processo inflamatório crônico, a canelite.

Esta dor na canela normalmente está relacionada ao impacto repetitivo da corrida. Piora gradualmente durante o início do treino, porém, em alguns casos, melhora quando o corpo está bem aquecido, retornando ao final do exercício.

Existem várias causas que podem gerar esta dor, dentre elas se destacam:

- Calçado inadequado para seu tipo de pé;
- Calçado muito novo (que ainda não foi amaciado) ou com muito tempo de uso;
- Corrida em terrenos irregulares ou superfícies muito duras;
- Fraqueza dos músculos da perna;
- Falta de alongamento da panturrilha;
- Aumento desordenado da distância, freqüência ou velocidade da corrida - treinamento sem orientação de um profissional;
- Pisada com o pé em pronação durante a corrida (repare se seu tênis fica mais desgastado na região interna);
- Calçado pouco flexível ou muito apertado ao redor dos dedos;
- Corredores iniciantes são mais propensos.

Para prevenir este tipo de problema, procure seguir os conselhos abaixo:

- Faça seu treinamento com um profissional capacitado;
- Utilize um tênis de corrida adequado para seu pé, sendo este flexível na parte frontal;
- Troque seu tênis regularmente - um tênis de corrida dura em média de 550 a 800 Km;
- Utilize palmilhas se necessário - elas podem ser feitas sob medida;
- Equilibre seu treinamento;
- Comece a correr na rua gradativamente, pois o impacto com o asfalto é grande;
- Alongue-se antes e depois da corrida;
- Não se esqueça do desaquecimento;
- Faça exercícios para fortalecimento dos músculos da perna - além da panturrilha fortaleça os músculos da região anterior da perna (movimento contrário ao da panturrilha - a ponta do pé vai em sua direção);
- Não aumente seu volume de treino drasticamente ou faça treino de velocidade prematuramente.

Em caso da dor não passar, procure um profissional qualificado (médico e fisioterapeuta do esporte)

Fonte: Faça Fisioterapia.net

Cadeia Cinética Fechada na Paralisia Cerebral Atetóide

Em 1843, Little, descreveu, pela primeira vez, a encefalopatia crônica da infância, e a definiu como patologia ligada a diferentes causas e caracterizada, principalmente, por rigidez muscular. Em 1862, estabeleceu a relação entre esse quadro e o parto anormal. Freud, em 1897, sugeriu a expressão paralisia cerebral (PC), que, mais tarde, foi consagrada por Phelps, ao se referir a um grupo de crianças que apresentavam transtornos motores mais ou menos severos devido à lesão do sistema nervoso central (SNC). 1
        Desde o Simpósio de Oxford, em 1959, a expressão PC foi definida como "seqüela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um transtorno persistente, mas não invariável, do tono, da postura e do movimento, que aparece na primeira infância e que não só é diretamente secundário a esta lesão não evolutiva do encéfalo, senão devido, também, à influência que tal lesão exerce na maturação neurológica". A partir dessa data, PC passou a ser conceituada como encefalopatia crônica não evolutiva da infância que, constituindo um grupo heterogêneo, tanto do ponto de vista etiológico quanto em relação ao quadro clínico, tem como elo comum o fato de apresentar predominantemente sintomatologia motora, à qual se juntam, em diferentes combinações, outros sinais e sintomas. 1
 A classificação das encefalopatias crônicas da infância pode ser feita de várias formas, levando em conta o momento lesional, o local da lesão, a etiologia, a sintomatologia ou a distribuição topográfica. N apresente pesquisa preferimos uma classificação baseada em aspectos anatômicos e clínicos, por ser mais didática e por enfatizar o sintoma motor, que é o elemento principal do quadro clínico1:

1) espásticas ou piramidais;
2) coreoatetósicas ou extrapiramidais;
3) atáxicas;
4) mistas.

OBJETIVOS


         O objetivo da presente pesquisa é ressaltar a paralisia cerebral do tipo atetósica, bem como alertar aos Fisioterapeutas neuropediatras a existência e importância do uso da técnica de cadeia cinética fechada na terapêutica de crianças portadoras de tal classificação citada.

MATERIAL E MÉTODOS


    Foi realizada uma pesquisa bibliográfica que é construída partindo-se de materiais já escritos anteriormente, como livros e artigos científicos. A presente pesquisa é do tipo exploratória, que têm como proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Tem ainda como método de abordagem o dedutivo, que a partir de uma visão geral chega-se a um caso específico. A técnica de pesquisa utilizada foi a documentação indireta, que baseia-se em dados obtidos por outras pessoas,  através da pesquisa bibliográfica de  livros, revistas e outras publicações.

PARALISIA CEREBRAL NA FORMA ATETÓSICA

      A forma atetóide da PC tem sua incidência variável de um país para outro, em função dos cuidados dispensados aos recém-nascidos, pois sua etiologia está ligada a uma impregnação amarelada dos núcleos da base, causada pela icterícia neonatal grave, que geralmente vem associada à asfixia neonatal.3
        O lactante hipotônico pode evoluir para criança com atetose. Freqüentemente, os movimentos atetóides não são percebidos até que o bebê tente posturas antigravitacionais, o que vem associado à retenção de reflexos primitivos e ao desenvolvimento neuro-psico-motor. 4
      As características típicas da criança atetóide aparecem à medida que ela se desenvolve. Essas características podem ser representadas pelo tônus flutuante de extremidades, instabilidade postural, dificuldade nas aquisições motoras, presença de padrões posturais assimétricos associados a atividades reflexas, principalmente o reflexo tônico cervical assimétrico (RTCA) e o reflexo tõnico cervical simétrico (RTCS), reações de equilíbrio e de endireitamento anormais, alterações na graduação do movimento, alteração na coordenação viso-manual, movimentos involuntários e bastante desorganizados.5,6,7
        A criança atetóide não tem estabilidade durante a execução das atividades do seu dia-a-dia devido a um tônus flutuante. Associada a isso encontra-se a presença de assimetrias posturais causadas pela presença dos reflexos tônicos, levando a uma falsa aparência de estabilidade na tentativa de obter um ponto mais fixo.1,7,8,9
          No primeiro mês, há intensa hipertonia em extensão, que faz o RN assumir a posição de opistótono, com acentuação do reflexo tônico cervical, que perdura por vários meses, em vez de se atenuar e desaparecer no decorrer do segundo mês, conforme se observa nas crianças normais. Ao fim de alguns meses, em geral no decorrer do segundo ano de vida, surgem as hipercinesias difusas com caráter atetótico. A movimentação voluntária é escassa e perturbada pelas hipercinesias. A deglutição é difícil e a mastigação, em muitos casos, nunca chega a se desenvolver. No caso daqueles que conseguem falar, a articulação verbal é extremamente disártrica e dificilmente inteligível.9,10,11
  Nos casos mais leves, todas essas manifestações se apresentam atenuadas. Há atraso no ultrapassar das etapas do desenvolvimento psicomotor, notando-se como um dos primeiros sintomas a má distribuição do tônus muscular, havendo hipertonia dos eretores da cabeça e do tronco, porém bem menos intensa que a encontrada nos membros. 12

CADEIA CINÉTICA FECHADA


        Os exercícios em cadeia cinética fechada (CCF) referem-se ao movimento que ocorre quando o corpo se move sobre um segmento distal fixo. Esses exercícios são realizados em posturas funcionais com algum grau de apoio de peso e podem envolver ações musculares concêntricas, excêntricas ou isométricas. 13,14
      Além de colocar uma carga sobre os músculos, esses exercícios também colocam carga sobre ossos, articulações e tecidos moles não-contráteis, tais como ligamentos, tendões e cápsulas articulares. 13
      Embora atividades em CCF estejam geralmente associadas com função de membros inferiores (MMII), estes são também importantes na melhora da função dos membros superiores (MMSS), particularmente no desenvolvimento da musculatura da cintura escapular, por promover uma maior estabilidade, levando dessa maneira a uma funcionalidade dos MMSS para as atividades manuais. 14
      Assim sendo, os exercícios em CCF têm como função principal promover a estabilidade postural, e, conseqüentemente, melhorando a força, potência e resistência à fadiga, equilíbrio, simetria, coordenação e agilidade durante a realização de atividades funcionais. 15,16
      Acredita-se que os exercícios em CCF possam auxiliar as crianças atetóides a melhorar a estabilidade postural, devido a uma ativação dos mecanoreceptores articulares bem como a simetria dos movimentos. Proporcionam também estímulo dos proprioceptores que informam sobre a tensão muscular e dos tendões e sobre a posição das articulações. 15
DISCUSSÃO

A presença de tônus flutuante na criança atetóide ocasiona um movimento involuntário caracterizado pela contração dos músculos agonistas e liberação dos antagonistas. Portanto, ao contrair os músculos agonistas para uma movimentação funcional, a criança não consegue manter uma certa tensão muscular dos músculos antagonistas, necessária para a realização de um movimento fluente e adequado, fazendo com que ocorra a utilização de padrões de movimentos anormais, gerando os movimentos esteriotipados involuntários.
Outro fator que prejudica a realização do movimento é a inibição da relação recíproca normal entre agonista e antagonista, o que torna impossível o movimento de uma articulação sem que ocorra o movimento de toda a extremidade.
Assim, se há um tônus muscular anormal, pode haver um movimento desordenado, um repertório de movimentos limitados produzindo um input sensorial anormal ao sistema nervoso central, e a presença inadequada das reações de equilíbrio, acentuando a presença dos padrões de movimentos anormais.
A presença da alteração na coordenação visomotora contribui para a realização de movimentos anormais, pois não vai haver movimentos independentes de olhos e cabeça e a postura assimétrica da cabeça afeta todo o equilíbrio e estabilidade postural, dificultando a realização das atividades funcionais.
 O tônus postural normal proporciona ao individuo uma estabilidade postural suficiente para mantê-lo em posturas contra a gravidade, permitindo maior seletividade dos movimentos para realização das atividades funcionais.
Normalmente as crianças com PC atetóide tem a persistência de reflexos primitivos, principalmente o RTCA e RTCS dificultando o movimento ativo dos músculos flexores do tronco e a simetria das cinturas escapular e pélvica, dificultando a seletividade dos movimentos.
Pelo fato de não integrarem os reflexos tônicos adequadamente, ocorre uma alteração na diferenciação normal de movimento, o que pode refletir na incapacidade da criança em dissociar as respostas do movimento. Em um desenvolvimento normal, a integração das reações reflexas segue uma seqüência que se correlaciona com a aquisição das habilidades motoras.
Um fator que contribui para uma dificuldade na estabilidade postural, além do tônus e da presença das assimetrias, é a dificuldade que a criança atetóide tem para se organizar e responder aos estímulos sensoriais.
Para obter melhora em relação à estabilidade postural deve ser usados os exercícios em cadeia fechada, pois esses proporcionam um apoio e descarga de peso, ocorrendo um aumento na estimulação dos mecanoreceptores que estão dentro e ao redor das articulaões, estimulando assim a co-contração muscular e promovendo dessa maneira uma melhor estabilidade articular.
Com o suporte de peso nos pés e mãos, promovida pela CCF, vai haver uma melhor distribuição do tônus, alinhamento e estímulos sensoriais ao nível das articulações, contribuindo para uma melhora da estabilidade.
A co-contração é a contração simultânea de agonistas e antagonistas que estão ao redor de uma mesma articulação e atuam para a realização de um movimento. Essa co-contração atua aumentando a rigidez articular, melhorando a estabilidade e o movimento organizado.
A distribuição do peso corporal parece ser um fator significativo que influencia a estabilidade postural. Os MMII devem contribuir para essa estabilidade na posição sentada. Contudo sua eficácia será reduzida se não houver uma ação efetiva da musculatura contra a gravidade.

CONCLUSÃO


Assim, verificando-se os efeitos da CCF na criança atetóide, preconiza-se que todas as crianças que tenham tido icterícia neonatal recebam o tratamento baseado em CCF de movimento de forma precoce, associado à simetria, para que as conseqüências das atividades reflexas e do tônus flutuante exarcebado não exerçam tanta influência nas realizações de suas atividades cotidianas.

REFERÊNCIAS


1. Rotta NT. Paralisia Cerebral, novas perspectivas terapêuticas. Jornal de Pediatria 2202; 78: 48-54.
2. Diament A, Cypel S. Neurologia Infantil.  Atheneu; 1996. p. 102-53.
3. Shepherd RB. Fisioterapia em Pediatria. 3a Ed. São Paulo: Santos, 1995.
4. Gregório C, et al. Evolução Neuromotora de um recém-nascido pré-termo e correlação com os fatores perinatais. Fisioterapia Brasil 2002; 4: 01-
5. Gauzzi LD. Classificação da Paralisia Cerebral. In Lima CLA, Fonseca LF. Paralisia Cerebral: neurologia, ortopedia, reabilitação Guanabara Koogan; 2004. p.37-43.
6. Barrionuevo ACR, Salas MAV. Clínica de la Parálisis Cerebral infantil. Revista de Neurología Clínica 2001; 2: 255-235.
7. Reed UC. Encefalopatia não progressiva da infância ou paralisia cerebral. In Bachesch, LA; Nitrini RA. Neurologia que todo medico deve saber. Santos; 1991. p. 109-117.
8. Nelson CA.  Paralisia Cerebral. In Umphred DA. Fisioterapia Neurológica. Manole; 1994.p. 237-256.
9. Lewitt S. Princípios de Tratamento. In, Lewitt S. O tratamento da paralisia cerebral e do retardo motor. São Paulo: Manole; 2004. p.  1-12.
10. Ratlife KT. Paralisia cerebral. In Ratliffe  KT. Fisioterapia Clínica pediátrica. São Paulo: Santos; 2000. p. 163-218.
11. Kisner C, Colby LA. Exercicios resistidos. In: Kisner C, Colby LA. Exercicios terapêuticos: fundamentos e tecnicas. São Paulo: Manole; 1999. p. 55-10.
12. Telg EK. Criança com atraso no desenvolvimento Sensório-psicomotor. In Souza, AMC. A criança especial. São Paulo: Roca; 2003. p. 207-211.
13. Dzienkowski R, et al. Cerebral Palsy: A comprehensive review. Nurse Practitioner, 1996.
14. Bobath B, Bobath K. Um pequeno dicionário para os pais. Mulerr M. In Apostila do curso Neuro-evolutivo de Bobath, Petrópolis, Rio de Janeiro; 2006.
15. Edwards S. Uma análise do movimento normal como base para o desenvolvimento das técnicas de tratamento. In: Edwards S. Fisioterapia Neurológica: uma abordagem centrada na resolução de problema. Porto Alegre: Artmed; 1999. p. 27-50.
16. Pereira DB. Terapia ocupacional em paralasia cerebral atetóide e atáxica. In Souza AMC; Ferraretto I. Paralisia cerebral – aspectos práticos. São Paulo: Memmon; 1998.
17. Fonseca LF. Paralisia cerebral: neurologia, ortopedia, reabilitação. Rio de janeiro:Guanabara Koogan; 1999. p.  249-253.
18. AZEVEDO JS. Fisioterapia para crianças com paralisia cerebral. In Tecklin JS. Fisioterapia Pediátrica. São Paulo: Artmed; 2002. p.  98-115.

Autor(a): Alana Moura Di Pace
                 Fabíola Mariana Rolim de Lima
                 Valéria Matos Leitão de Medeiros
                 Rosângela Guimarães

Descubra como evitar cãibras durante o exercício

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A cãibra é uma dor causada por uma contração involuntária do músculo e está relacionada à diminuição do nível de alguns minerais, como potássio, magnésio ou sódio.
Exercícios exaustivos também podem produzi-la. O acúmulo de metabólitos ou substâncias que são liberadas durante o trabalho dos músculos como o ácido lático e a amônia também podem colaborar para o surgimento de cãibra.
A deficiência de minerais é provocada pela elevada eliminação de água por meio do suor que faz o corpo perder o cloreto e o sódio e também potássio.
A elevada perda hídrica e de sódio devido ao calor excessivo são os principais fatores que desencadeiam as cãibras.
Para evitá-las, recomenda-se:
- Fazer uma boa hidratação antes, durante e depois dos exercícios.
- Aumentar a ingestão de sódio e cloreto com o consumo de alimentos salgados
- Fazer durante os treinos uma alimentação rica em carboidratos, potássio e cálcio para não diminuir o rendimento e causar cãibras.


Fonte: Faça Fisioterapia. net

Atuação do Fisioterapeuta na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)




I. O que é uma Unidade de Terapia Intensiva?
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracteriza-se como um local para o adequado tratamento dos indivíduos que possuem um distúrbio clínico importante. Neste local existe um sistema de monitorização contínua que permite o rápido tratamento para os pacientes graves ou que apresentam uma descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. A equipe que atua e presta atendimento neste local é multiprofissional, e é constituída por: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas cardiorrespiratórios, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.
II. Qual o papel do fisioterapeuta na UTI?
A fisioterapia aplicada na UTI tem uma visão geral do paciente, pois atua de maneira complexa no amplo gerenciamento do funcionamento do sistema respiratório e de todas as atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória. É fundamental que as vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcionem adequadamente. A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Ela também atua na otimização (melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização contínua dos gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para que os pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar contraturas e úlceras de pressão.


III. Quais recursos o fisioterapeuta utiliza nas UTIs?

O fisioterapeuta utiliza técnicas, recursos e exercícios terapeuticos em diferentes fases do tratamento, sendo necessário para alcançar uma melhor efetividade a aplicação do conhecimento e das condições clínicas do paciente. Assim, um plano de tratamento condizente é organizado e aplicado de acordo com as necessidades atuais dos pacientes, como o posicionamento no leito, técnicas de facilitação da remoção de secreções pulmonares, técnicas de reexpansão pulmonar,técnicas de treinamento muscular, aplicação de métodos de ventilação não invasiva, exercícios respiratórios e músculo-esqueléticos.

IV. Qual vantagem de ter o fisioterapeuta dentro da equipe multidisciplinar?
A presença do especialista em fisioterapia cardiorrespiratória é uma das recomendações básicas de todas as UTIs. O trabalho intensivo dos fisioterapeutas diminui o risco de complicações do quadro respiratório, reduz o sofrimento dos pacientes e permite a liberação mais rápida e segura das vagas dos leitos hospitalares. A atuação profissional também diminuiu os riscos de infecção hospitalar e das vias respiratórias, proporcionando uma economia nos recursos financeiros que seriam usados na compra de antibióticos e outros medicamentos de alto custo. Diante disso, a atuação do fisioterapeuta especialista nas UTIs implica em benefícios principalmente para os pacientes, mas também para o custo com a saúde num geral.

















Contribuição das Unidades Regionais ASSOBRAFIR MG e RJ Fonte: Faça Fisioterapia. net
       

Mulligan na dor da ATM

Uma técnica de massagem se mostrou eficaz no tratamento de DTM (Disfunção Temporo Mandibular) e já está sendo utilizada como alternativa terapêutica na clínica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O método é conhecido como mulligan e consiste em pequenos movimentos nas articulações da mandíbula, realizados com o objetivo de reposicioná-la. "São micro movimentos de deslizamento, que vão acertando a posição das articulações", explica a fisioterapeuta Renata Di Grazia.
A DTM é uma disfunção óssea ou muscular das articulações temporo mandibulares (ATM), que pode provocar dor de cabeça, estresse e tensão muscular, além de dor nos dentes, na face e no pescoço. "Cerca de 80% dos pacientes são mulheres", revela Heitel Cabral Filho, consultor da Associação Brasileira de Odontologia.
Foto: Thinkstock/Getty Images
Dor de cabeça é sintoma da DTM
Para comprovar a eficácia do tratamento, uma pesquisa foi realizada na Unicamp. A fisioterapeuta Renata Di Grazia reuniu cerca de 40 mulheres que passaram por sessões de 30 minutos de mulligan, duas vezes por semana.
Após dois meses, cerca de 90% das pacientes relataram que estavam livres dos incômodos sintomas. Todas as pacientes tinham diagnóstico fechado de DTM e apresentavam pelo menos três sintomas típicos da doença.

Saga em consultórios
O paciente muitas vezes passa por uma verdadeira saga em consultórios médicos até descobrir que está com DTM. Isso por causa dos sintomas, que nem sempre parecem estar diretamente ligados à mandíbula.
A dor de cabeça, por exemplo, gera muita confusão em pacientes e médicos. O primeiro impulso da pessoa com o problema é procurar um neurologista. Mas os exames que geralmente são feitos não revelam nada. Então, o paciente busca a opinião de outro médico e corre o risco de continuar sem respostas. Com sorte, alguns acabam chegando ao dentista, que é capaz identificar e de tratar o problema.
Massagem ou manipulação manual
Existe uma diferença entre massagem e manipulação manual, que é o nome preciso do método utilizado para tratar DTM. "A massagem serve para tecidos moles, como músculos, enquanto a manipulação manual é aplicada em articulações e regiões internas do corpo", esclarece a fisioterapeuta Renata Di Grazia.
Fonte: IG
 

Considerações mecânicas em lesões de joelhos

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 -- A - Deformação permanente dos ligamentos As lesões do joelho resultam de movimentos que ultrapassam os limites normais da articulação. Quando forçados, os ligamentos podem ser submetidos a uma tensão superior a seu limite elástico, colocando-os na região plástica de sua curva de carga-extensão. O resultado é uma deformação permanente dos ligamentos cuja magnitude depende da força aplicada.
B - Tríade infeliz
A "tríade infeliz" refere-se a uma lesão que afeta simultaneamente o ligamento colateral medial, ligamento cruzado anterior e o menisco medial. Comum em atletas foi relatado que esse tipo de lesão também ocorre durante simulações de impacto lateral. Esse mecanismo envolve tipicamente o mecanismo de valgo-rotaçao externa.
C - Luxação patelofemoral
Um fator anatômico que predispõe um indivíduo à luxação patelofemoral é um ângulo Q anormal. O ângulo Q é o desvio entre a linha de tração do quadríceps e o ligamento da patela. Um ângulo Q de 10º é considerado normal. Ângulos maiores podem resultar em luxações laterais da patela. Outras condições anatômicas que predispõem um indivíduo a esse tipo de lesão incluem a pelve larga da mulher, joelhos valgos e um côndilo femoral lateral relativamente plano. Fatores como o estresse, podem vir a contribuir para a degeneração patelofemoral e assim patologias, tais como condromalácia patelar e osteoartrites se desenvolvem.
D - Lesão de menisco
A lesão de menisco geralmente é simultânea à entorse ligamentosa. O menisco medial em forma de C, é fixado ao ligamento colateral medial pelo ligamento coronário. Quando o ligamento colateral medial é lesionado, submete o menisco medial a uma lesão mecânica onde ele se fixa ao ligamento colateral medial. A lesão resulta de avulsão do menisco da fixação tibial inferior ou femoral superior. A lesão do menisco lateral, em forma de O, é menos freqüente que a do menisco medial. É mais suscetível à lesão por uso excessivo que por macrotraumatismo agudo.
O local de dor é ao longo da face ântero-lateral da perna e da parte proximal do músculo tibial anterior. Em corredores, a dor geralmente é sentida ao longo da face póstero-medial da perna. Nos casos leves, os sintomas desaparecem dentro de 10 a 14 dias se o paciente mudar para exercícios leves sobre uma superfície mais macia.

Os exercícios que fazem com que o joelho em sustentação de sobrecarga seja completamente fletido foram condenados como potencialmente perigosos para as estruturas de suporte do joelho. O impedimento da rotação do pé fixado nessa situação causa maior tensão sobre os ligamentos e cartilagens do joelho. A solução para essa prática perigosa é limitar o grau de flexão dos joelhos, como nos exercícios de agachamento paralelo.
E - Condromalácia e Osteoartrite
A força compressiva patelofemoral produz estresse (força compressiva dividida pela área de contato) na cartilagem articular da patela e superfície patelar do fêmur. Excessivas forças compressivas e estresse, ou repetitivas ocorrências de força de baixa magnitude e estresse, podem contribuir para a degeneração patelofemoral e patologias, como condromalácia patelar e osteoartrites. Segundo Escamilla (2001 b), "a força patelofemoral excessiva pode contribuir para lesões no joelho como: condromalácia e osteoartrite".

Existem três forças agindo na patela durante o agachamento: força tendínea do quadríceps, força do tendão patelar e força compressiva patelofemoral.

Durante o agachamento, todas essas forças são afetadas pelo ângulo de flexão do joelho. Matematicamente, a força compressiva é no joelho mais intensa quanto menor o ângulo de flexão do joelho, porque existem componentes de força maiores do tendão do quadríceps e tendão patelar na direção compressiva.
Fonte: Faça Fisioterapia.net

Exercícios proprioceptivos na prevenção de lesões de tornozelo e joelho no esporte

A prática esportiva atrai cada vez mais pessoas, de qualquer idade ou sexo, que tem como principal objetivo a busca de uma melhor qualidade de vida, e este crescente aumento de adeptos ao esporte vem sendo acompanhado por um aumento no número de equipes e ligas desportivas, principalmente direcionadas aos jovens de qualquer idade. Muitas destas equipes ou ligas não têm um treinamento adequado para os praticantes do esporte em questão ou não tem uma equipe responsável pelo tratamento ou prevenção das possíveis lesões que venham acometer seus atletas.
Conseqüente a tudo isto, o grande índice de lesões relacionadas ao esporte se torna cada vez maior, principalmente as lesões músculo-esqueléticas de membros inferiores. Lesões não tratadas ou mal tratadas, podem ser são a maior causa de recidivas destas lesões, fazendo com que o atleta e a equipe tenham um grande desgaste até que este jogador esteja apto ao retorno.
Vários esforços vêm sendo realizados para diminuir este grande índice de lesões, e o fisioterapeuta, como profissional da área da saúde e um integrante importante em qualquer equipe interdisciplinar do esporte, tem a obrigação de não apenas realizar o tratamento de injúrias, mas também deve buscar meios de prevenção para que menos lesões venham a acontecer e prejudicar o trabalho de uma equipe ou mesmo a qualidade do desempenho desportivo individuais, além de promover a melhora da performance dos atletas que não perderão tempo com o tratamento destas lesões e menos gastos financeiros serão despendidos.
A fisioterapia desportiva tem buscado as mais diversas possibilidades para que cada vez menos lesões venham a ocorrer durante estas atividades desportivas, e como mais uma alternativa para a redução do índice de lesões de membros inferiores, principalmente lesões de joelho e tornozelo, exercícios proprioceptivos vem sendo utilizados, principalmente na Europa, em diversas equipes profissionais e amadoras de ambos os sexos. Estes exercícios são caracterizados como exercícios designados a dar ênfase à coordenação e equilíbrio e são amplamente utilizados pela fisioterapia traumato-ortopédica e desportiva no tratamento de lesões do músculo-esqueléticas.

Desenvolvimento
O esporte e suas principais lesões
Com a consistência encontrada na literatura desportiva, parece razoável sugerir que o tornozelo e o joelho representam as regiões mais comumente lesionadas (Meeuwisse et al., 2003).
Estudos da topografia das lesões no futebol, como a realizada durante os 64 jogos da Copa do Mundo de futebol de 2002, em que as lesões ocorridas durante esta competição afetaram predominantemente as articulações do joelho e tornozelo; e os músculos da coxa e panturrilha. Foi reportado um total de 171 lesões, o equivalente a 2.7 lesões por jogo ou 81.0 lesões por 1000 horas de jogo. Mais de um quarto destas lesões ocorreu sem contato com outros jogadores, e destas, mais de 90% provocou a ausência de jogos ou treinamentos subseqüentes (Junge, Dvorak & Graf-Baumann, 2004).
Durante os torneios de futebol organizados pela FIFA (Fédération Internationale de Football Association) e Jogos Olímpicos entre os anos de 1998 e 2001, as lesões ocorreram predominantemente no tornozelo (17%), coxa (16%), perna (15%) e joelho (12%) (Jung et al., 2004).
Lesões de tornozelo e joelho são as lesões mais freqüentes em jogadores de basquetebol (Meeuwisse et al., 2003). O entorse de tornozelo é uma das lesões mais comuns do esporte, particularmente no basquetebol (Fu & Hui-Chan, 2005).
Durante o estudo realizado no campeonato mundial de vôlei de praia masculino e feminino de 2001, a incidência de lesões agudas foi de 3.1 por 1000 horas de competição e 0.8 por 1000 horas de treinamentos. As regiões do corpo mais acometidas foi joelho (30%), tornozelo (17%) e dedos (17%) (Bahr  & Reesern, 2003 ).
Lesões agudas no voleibol, o entorse de tornozelo representa 15-60% do total de lesões. A maioria dos jogadores de voleibol lesiona o tornozelo após realizar o bloqueio e o mecanismo usual da lesão é o entorse por inversão do tornozelo (Briner & Benjamin, 1999).
Os resultados encontrados nos levantamentos realizados sobre lesões desportivas podem ser usados para planejar estratégias preventivas na redução do número de lesões, particularmente as regiões mais comumente lesionadas como joelho e tornozelo (Meeuwisse et al., 2003).

Propriocepção

O termo propriocepção foi primeiramente introduzido por Sherrington em 1906, que a descreveu como um tipo de feedback dos membros ao sistema nervoso central (SNC) (Dover & Powers, 2003); propriocepção é um tipo de informação vinda dos membros até o SNC (Lephart et al., 1997). O SNC processa estas informações vindas de terminações nervosas especializadas ou de mecanoceptores que estão localizados na pele, músculo, tendão, cápsula articular e ligamento. Juntamente com os inputs vestibular e visual, os mecanoceptores fornecem ao SNC informações sobre a posição do membro (Beynnon et al., 1999).
Hoje a propriocepção é descrita como a conciliação do senso de posição articular (habilidade do indivíduo identificar a posição do membro no espaço) e da cinestesia (movimento articular) (Dover et al., 2003); outros autores ainda consideram que o termo propriocepção tem um sentido mais amplo, que inclui nesta definição o controle neuromuscular (Laskowski et al., 1997).

Proprioceptores

Para a formulação de um programa de reabilitação-treinamento proprioceptivo é fundamental um conhecimento da fisiologia básica, isto é, de como estes mecanoceptores musculares e articulares funcionam conjuntamente na produção de movimento fluente, controlado e coordenado (Ellenbecker, 2002).
Três tipos de mecanoceptores nos músculos e articulações sinalizam a posição estacionária dos membros e a velocidade de direção dos membros em movimento: (a) receptores especializados sensíveis ao estiramento muscular, denominados receptores do fuso muscular; (b) órgãos tendinosos de Golgi, receptores do tendão que são sensíveis a fora de contração e ao esforço exercido por um grupo de fibras musculares; e (c) receptores localizados nas cápsulas articulares que são sensíveis à flexão ou extensão da articulação (Kandel, 2003).

Vias proprioceptivas

Esses mecanoceptores iniciam o laço aferente do feedback proprioceptivo ao SNC (Laskowski et al., 1997). Os axônios que transportam informações dos órgãos para a medula são chamados de aferentes e são denominados de acordo com seu tamanho, ou seja, I, II, e assim por diante, conforme o diâmetro e a velocidade de condução relativa. Transportam as informações dos órgãos do fuso (Ia) e dos órgãos de Golgi do tendão (Ib) (Cailliet, 2000).
Muitos axônios que trazem a informação proprioceptiva entram no corno dorsal da medula e fazem sinapses com os interneurônios. A essência da integração aferente com a coluna espinhal é quando estes sinais se encontram com os interneurônios e estes se conectam com os altos níveis do SNC. A maioria dessas informações proprioceptivas propaga-se até os altos níveis do SNC através do trato dorsal lateral ou trato espinocerebelar. Os dois tratos dorsais laterais estão localizados na região posterior do corno espinhal e finalmente carregam os sinais ao córtex somatosensorial. Embora a maioria das sensações que este trato é responsável seja toque, pressão e vibração, grande quantidade da compreensão consciente do senso de posição articular e cinestesia também é atribuída a este trato (Riemann & Lephart, 2002).

Exercícios proprioceptivos preventivos

Os exercícios proprioceptivos são uma parte integral do processo de reabilitação e talvez seja prudente o uso clínico na prevenção de lesões desportivas, pois os estudos realizados comprovaram que a prescrição destes exercícios melhora o senso de posição articular e evita que as lesões ocorram (Dover et al., 2003).
A prática regular de exercícios proprioceptivos ajuda a manter uma excelente resposta do sistema somatosensorial, comprovando que a utilização destes exercícios auxilia na manutenção do equilíbrio (Gauchard, 1999).
O programa de exercícios proprioceptivos, para compor um trabalho proprioceptivo preventivo, deve ter exercícios dinâmicos, multidirecionais e específicos de cada esporte. Estes exercícios trabalham principalmente com componentes da estabilidade dinâmica das articulações (unidades músculo-tendíneas) que mantém os membros e as articulações estáveis durante os movimentos. Este treinamento de exercícios dinâmicos específicos de cada esporte, permite facilitações na adaptação proprioceptiva na articulação do joelho em atletas (Hewett, 2001).
Em um estudo controlado prospectivo de 600 jogadores de futebol relacionou os possíveis efeitos preventivos de um treinamento proprioceptivo. Trezentos jogadores foram instruídos a treinar 20 minutos por dia com 5 diferentes fases de dificuldade aumentada. A primeira fase consistiu de treinamento equilibrado sem qualquer prancha de equilíbrio, a fase 2 de treinamento em uma prancha de equilíbrio retangular, fase 3 de treinamento em uma prancha redonda, fase 4 de treinamento em uma prancha retangular e redonda combinado, fase 5 de treinamento em uma prancha chamada BABS. Um grupo controle de 300 jogadores de outros times comparáveis treinava normalmente e não receberam qualquer treinamento. Ambos os grupos foram observados durante três temporadas e possíveis lesões de ligamento cruzado anterior (LCA) foram diagnosticadas por exames clínicos. Um total de 10 lesões de LCA foram encontradas no grupo propriocepção, contra 70 lesões nos jogadores que somente realizaram o treinamento normal foram registradas. Este trabalho concluiu que o treinamento proprioceptivo pode reduzir significativamente a incidência de lesões de LCA nos jogadores de futebol (Caraffa, 1996).
No futebol Suíço durante as temporadas de 1999 e 2000, 101 jovens atletas participaram de um grupo de intervenção, realizando diversas atividades que tinham o intuito de prevenir lesões, entre elas um programa de exercícios destinados a aumentar a estabilidade das articulações do tornozelo e joelho, enquanto 93 jovens atletas do grupo controle continuaram a praticar o esporte normalmente. A incidência de lesões no grupo de intervenção foi de 6.7 a cada 1000 horas de treinamentos ou jogos, enquanto no grupo controle foi de 8.5, o que representa um número 21% menor de lesões no grupo de intervenção comprovando claramente que a incidência de lesões no futebol pode ser reduzida com um programa de prevenção (Junge et al., 2002).
Em um trabalho nos anos de 2000 e 2001 com jogadoras de futebol com idade entre 14 e 18 anos de equipes norte-americanas, 1041 e 844 atletas participaram do grupo de intervenção no primeiro e segundo ano respectivamente, enquanto o grupo controle contou com 1905 e 1913 em cada ano do estudo. O grupo de intervenção realizou um programa de treinamentos neuromusculares e proprioceptivos, além de exercícios de aquecimento, alongamento e fortalecimento, com o intuito de reduzir o índice de lesões dos ligamentos cruzados anteriores destes atletas enquanto o grupo controle continuou sua rotina normal de treinamentos. No primeiro ano de estudos ocorreram 2 lesões de ligamento cruzado anterior no grupo de intervenção, enquanto no grupo controle ocorreu 32 lesões deste ligamento. No segundo ano de pesquisa ocorreram 4 e 35 lesões do ligamento em questão no grupo de intervenção e no grupo controle respectivamente. Ocorreram 88% e 74% menos lesões do ligamento cruzado anterior no grupo de intervenção em comparação com o grupo controle no primeiro e segundo ano respectivamente (Mandelbaum et al., 2005).
No estudo com 1263 jovens atletas de futebol, basquetebol e voleibol dos sexos masculino e feminino para verificar a incidência de lesões de joelho em atletas do sexo feminino. Havia dois grupos de atletas do sexo feminino, o grupo de intervenção que foi submetido a um programa de treinamento neuromuscular durante 6 semanas que consistia de alongamentos, exercícios pliométricos e treinos com pesos enfatizando as características de cada esporte, o grupo controle em que continuou realizando sua prática desportiva de modo habitual e um terceiro grupo controle de atletas do sexo masculino. Ocorreram 14 lesões severas de joelho durante o estudo, em que 10 ocorreram no grupo controle de atletas (8 lesões sem contato) e 2 (0 sem contato) lesões no grupo de intervenção de atletas do sexo feminino respectivamente. E no grupo controle de atletas do sexo masculino ocorrera 2 lesões severas de joelho, sendo que uma lesão de contato e outra sem contato. O menor número de lesões severas de joelho em atletas que se submeteram ao treinamento neuromuscular pode ser devido ao aumento da estabilidade dinâmica articular destes atletas (Hewett, 1999).
No estudo com 765 jovens jogadores (523 do sexo feminino e 242 do sexo feminino) de basquetebol e voleibol foram divididos no grupo de intervenção (373 atletas) que participaram de um programa de treinamento de equilíbrio e no grupo controle (392 atletas) que mantiveram suas atividades desportivas rotineiras. O programa de exercícios escolhidos para a realização do trabalho foi baseado nos exercícios usados durante a reabilitação de lesões de joelho e tornozelo. Os exercícios foram divididos em 5 fases, sendo que da fase 1 a 4 foi desenvolvida durante 4 semanas antes do início da temporada com a realização dos exercícios 5 vezes por semana. A fase 5 do treinamento ocorreu após o início das competições com a realização dos exercícios 3 vezes por semana. O objetivo foi verificar a incidência de lesões de tornozelo nestes atletas, e o grupo de intervenção teve significativamente menos lesões o grupo controle (1.13 e 1.87 lesões de tornozelo a cada 1000 horas de prática esportiva). Então, um programa de treinamento de equilíbrio reduziu significativamente o risco de entorses de tornozelo em jovens atletas de futebol e basquetebol (de McGuine & Keene, 2006).
Em pesquisa realizada durante a temporada 2001-2002 do voleibol holandês masculino e feminino sobre treinamento proprioceptivo com o objetivo de diminuir o número de entorses de tornozelo contou a participação de 641 jogadores no grupo controle e 486 jogadores no grupo de intervenção. O programa de treinamento consistiu em 14 exercícios básicos com e sem o uso de pranchas de equilíbrio, e foram realizados durante as 36 semanas da temporada de voleibol. O entorse de tornozelo teve incidência de 0.5 por 1000 horas de jogo no grupo de intervenção e 0.9 por 1000 horas de jogo no grupo controle. A incidência total de lesões no grupo de intervenção foi de 2.1 por 1000 horas de treinamentos ou jogos, enquanto no grupo controle foi de 2.9 por 1000 horas. Concluiu-se que um programa proprioceptivo em pranchas de equilíbrio foi suficiente para prevenir a ocorrência de entorses de tornozelo (Verhagen et al., 2004 ).
O treinamento em discos de tornozelo influenciou o tempo de reação de músculos selecionados durante um entorse de tornozelo simulado em pessoas sem lesões prévias e sem instabilidade funcional do tornozelo (Sheth et al., 1997).

Conclusão
O presente trabalho conclui através dos artigos pesquisados que a utilização de exercícios proprioceptivos reduziu significativamente a incidência de lesões nos joelhos e tornozelos dos atletas profissionais de esportes como futebol, basquetebol e voleibol, em vários níveis de excelência destas modalidades esportivas, em diferentes idades ou sexo. Estes exercícios pesquisados foram designados à redução de lesões específicas, como as lesões do ligamento cruzado anterior do joelho, ou de lesões em geral de membros inferiores.
O conhecimento das lesões relacionadas aos esportes específicos aqui relacionados possibilitou relatar que as lesões articulares de joelho e tornozelo, principalmente os entorses, são realmente as que mais acometem estes atletas, comprovando assim, a importância de buscar novas possibilidades para a prevenção destas lesões específicas; e também de qualquer outra injuria relacionada ao esporte.
A descrição dos exercícios proprioceptivos, dos principais proprioceptores e das vias proprioceptivas, assim como do próprio termo propriocepção, possibilitou um ótimo embasamento teórico, tornando possível o entendimento de quais seriam os objetivos da utilização destes exercícios, agora relacionados à prevenção.
Este trabalho comprovou, através de diversas pesquisas em diferentes esportes, que a utilização de exercícios proprioceptivos designados à prevenção de lesões desportivas pode ser mais uma alternativa para a redução da incidência de lesões relacionadas à prática esportiva. Esta pode ser mais uma modalidade de prevenção que a fisioterapia desportiva pode introduzir em clubes ou equipes esportivas de qualquer idade ou sexo. A grande maioria dos artigos pesquisados foi de trabalhos em diferentes partes da Europa e EUA, onde a utilização destes exercícios com estes fins já está sendo utilizada.
Estes exercícios podem ser incorporados ao dia-dia destas equipes como um dia foram os exercícios de alongamento e de aquecimento pelos profissionais de educação física, pois se descobriu que estes exercícios eram benéficos para um melhor desempenho físico e até mesmo para a redução de lesões musculares.
Estes exercícios também podem servir como uma alternativa para o uso de bandagens ou ataduras utilizadas amplamente por atletas. Estas bandagens e ataduras deveriam ser utilizadas por atletas que estivessem sentindo ou estivessem voltando de um período de inatividade provocado por alguma lesão. Mas o que vemos são atletas de todas as idades e sem qualquer tipo de lesão fazendo uso deste tipo de recurso, limitando assim a amplitude de movimento articular e aumentando as chances de sofrerem uma lesão. Se os atletas desde as categorias menores forem orientados a não fazerem uso de ataduras ou bandagens e ao invés disto realizarem exercícios proprioceptivos o histórico de lesões destes atletas quando chegassem na idade adulta seria muito menor.
Apesar de não restar dúvidas sobre a eficácia destes exercícios na prevenção de lesões de joelho e tornozelo, a literatura pesquisada não deixou claro em nenhum momento as possíveis alterações fisiológicas ou morfológicas dos proprioceptores, das vias proprioceptivas ou até mesmo das informações proprioceptivas, que explicassem os mecanismos que levaram a estes resultados.
Devido a isto, faz-se necessário um maior número de pesquisas científicas específicas, para que possamos saber como, ou se, estes exercícios alteram os proprioceptores, as informações proprioceptivas ou as vias proprioceptivas e como estas possíveis alterações provocam a redução do índice de lesões relacionadas ao esporte.

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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Paralisia facial e fisioterapia atual

A paralisia de Bel, ou mais atualmente chamada de paralisia facial idiopática, é uma doença aguda do nervo facial que produz perda parcial ou total dos movimentos de um lado da face. A paralisia facial recupera-se espontaneamente sem qualquer tratamento na maioria das pessoas, mas não em todas.

Recursos fisioterapêuticos como exercícios faciais, biofeedback, laser, eletroterapia, massagem e termoterapia são comumente utilizados para acelerar a recuperação, melhorar a função motora da face, ou tratar as seqüelas dos indivíduos que não tiveram melhora espontânea.

Este mês a Biblioteca Cochrane (Fator de impacto 2010=6,186) traz a atualização da revisão sistemática sobre Fisioterapia na Paralisia facial idiopática (veja aqui), primeiramente publicada em 2008.

Nesta atualização foram incluídos 12 estudos com 872 indivíduos, a maioria com alto risco de viés. Destes, quatro estudos avaliaram a eficácia de estimulação elétrica (313 participantes), outros três estudos avaliaram exercícios faciais (199 participantes) e outros cinco estudos combinaram diferentes formas de fisioterapia com acupuntura (360 participantes).

Principais evidências:

- Há evidencias de um único estudo de qualidade moderada de que os exercícios faciais são benéficos para os casos crônicos de paralisia facial (mais de nove meses após a paralisia);

- Há evidências de outro estudo de qualidade moderada que os exercícios faciais podem ajudar a reduzir sincinesia motora (uma seqüela da paralisia facial) e o tempo de melhora;

- Há dados insuficientes para se decidir se a eletroestimulação funciona, pois foram identificados estudos com alto risco de viés que tiveram resultados contraditórios;

- A mesma conclusão ocorreu com estudos que associaram acupuntura e recursos fisioterapêuticos como exercícios faciais e eletroterapia;

- Não foram encontrados estudos randomizados específicos com indivíduos com paralisia facial idiopática que avaliassem a eficácia dos demais recursos como o laser, biofeedback, estimulação com crioterapia, termoterapia, massagem, etc., e assim, não foi possível avaliar o risco e efetividade destes recursos.

Conclusões:

Os exercícios faciais parecem auxiliar na melhora da função facial, principalmente em pessoas com paralisia moderada e nos casos crônicos. Parece também que em casos agudos (com menos de três semanas), os exercícios faciais podem ajudara a reduzir o tempo de melhora. Porém esta evidência ainda é frágil, e mais estudos clínicos são necessários para melhores avaliações sobre os riscos e benefícios dos diversos recursos fisioterapêuticos.

Fonte:  http://www.fisioterapiaemevidencia.com

A dorzinha incômoda da tendinopatia patelar

Começa com uma dorzinha esporádica, que se repete sempre no fim dos treinos. Mais adiante passa a incomodar logo no início da atividade física e segue atrapalhando na medida que a quilometragem aumenta. Por último, ações simples como subir ou descer escadas, ficam quase impraticáveis. O diagnóstico provável: tendinite na patela (osso que protege a articulação do joelho).

A lesão no joelho que, por vezes, passa despercebida na fase inicial, é uma das mais comuns entre os corredores de rua. “É um problema que está ligado ao treino inadequado, ao aumento repentino de intensidade e ao desequilíbrio muscular”, explica o ortopedista Lúcio Ernlund.

Os primeiros sintomas da inflamação, denominada de “joelho de saltador”, é um incômodo que começa com leves pontadas na parte inferior do joelho. A dor, porém, tende a desaparecer com o repouso, camuflando a contusão. “Por isso o corredor acha que está tudo bem, mas o problema pode ainda pode existir”, alerta o médico.

Ernlund dá dicas do que se deve fazer para evitar as lesões de patela. “Às vezes a pessoa está jogando força a mais para uma perna do que para outra e não percebe. Isso pode facilitar o aparecimento de uma tendinite”, explica o médico, indicando o acompanhamento de um profissional de educação física nas corridas.

Outro aspecto facilitador é a escolha do tênis, que deve ser feita de acordo com a pisada (para fora ou para dentro). Por fim, a familiaridade com o percurso de treino também ajuda a evitar contusões mais sérias.


Fonte: Portal Revista O2