Exercícios que ajudam a prevenir doenças osteomusculares podem se tornar obrigatórios em todo o funcionalismo.
Exercícios feitos durante um dos intervalos do trabalho para evitar
doenças e reduzir o estresse podem ser obrigatórios nos órgãos públicos
federais. A proposta tramita na Câmara e é de autoria do deputado Luiz
Couto (PT-PB). A ideia é prevenir as Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho (DORT), provocadas pelos movimentos repetitivos
no trabalho. Segundo o Ministério da Saúde, não é possível quantificar o
número de casos de pessoas afetadas por essas doenças no país, mas só
em São Paulo o número ultrapassa 310 mil. "Além de trabalhar com
mudanças na postura corporal, o exercício coletivo no local de trabalho
ajuda na interação social e reduz o nível de estresse dos funcionários",
diz o parlamentar.
Segundo a proposta, os funcionários que executam atividades
repetitivas deverão, a cada quatro horas de trabalho, fazer uma pausa de
no mínimo 10 minutos para a prática de exercícios de alongamento,
sempre com a orientação de um profissional habilitado. Apesar de a
prática ainda não ser obrigatória, algumas iniciativas já começaram na
Esplanada. É o caso dos servidores do Ministério do Turismo. No ano
passado, eles montaram um grupo de atividades que hoje tem cerca de 285
praticantes que se exercitam pelo menos duas vezes na semana durante o
horário de trabalho. Em meio a processos e pilhas de pastas de ofícios,
as salas do prédio-sede, bem como as do anexo, localizadas na Asa Norte,
ganharam espaço para aparelhos de educação física e alongamento. Os
exercícios incluem atividade de resistência muscular, flexibilidade,
abdominais, alongamento e massagem. Uma novidade que está ajudando a
mudar a rotina de quem pratica as atividades em grupo.
"Depois das aulas, procurei um nutricionista para mudar meus hábitos
alimentares. Hoje, minha meta é emagrecer com saúde", diz a servidora
Júlia Azevedo.
"Depois de um levantamento, descobri que 40% dos funcionários do
ministério sentem algum tipo de problema relacionado à má postura, como
dor nas costas, nas pernas ou nos braços, muitas vezes por causa de
movimentos repetitivos", diz Gustavo Moura, professor de ginástica
laboral e servidor do ministério. Formado em educação física, ele foi o
responsável pela iniciativa na instituição e, a partir daí, não parou
mais. "Depois das aulas, conseguimos montar uma turma de corrida que se
encontra todos os sábados para praticar. Já são 46 pessoas", conta,
animado. Para Moura, a aprovação da lei dará mais visibilidade à
importância da atividade física e estimulará mais os funcionários. Os
próximos passos, segundo ele, são aumentar a frequência das aulas, que
passarão a ser diárias, e a inclusão de palestras sobre qualidade de
vida durante o expediente.
"Já tinha vindo de um órgão público que tinha um trabalho semelhante.
Acho que é uma iniciativa necessária porque nos ajuda a dar importância
aos sinais que o nosso corpo manda quando está com algum problema",
afirma Luciene Rocha, que está fazendo exames médicos para entrar no
grupo de corrida.
O projeto prevê ainda que os períodos preenchidos pela ginástica serão contados como tempo efetivamente trabalhado.
Acho que é uma iniciativa necessária porque nos ajuda a dar
importância aos sinais que o nosso corpo manda quando está com algum
problema"
Luciene Rocha, servidora pública.
Correio Braziliense
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