Esteticamente, a compreensão dos esquemas dos Trilhos Anatômicos conduzirá a uma melhor percepção tridimensional da anatomia músculoesquelética e a uma avaliação dos padrões de compensação e distribuição de forças do corpo como um todo. Em termos clínicos, ele conduz a um entendimento diretamente aplicável de como problemas dolorosos em uma área do corpo podem estar ligados a uma região totalmente “silenciosa” e até certo ponto distante desse problema.
A Fáscia:
- O conceito músculo-osso apresentado na descrição anatômica usual resulta em um modelo puramente mecânico de movimento. Separa movimento em funções discretas, sem dar uma visão da perfeita integração vista em um corpo vivo. Quando uma parte se movimenta, o corpo responde como um todo. Funcionalmente, o único tecido ao qual se pode atribuir tal resposta, é o tecido conjuntivo.
- A fáscia forma o envoltório superficial do corpo e, através de suas ramificações (aponeuroses, bainhas, tendões, ligamentos, cápsula, periósteo, pleura, peritônio,...), penetra np plano profundo das estruturas até a membrana celular.
- O tratamento através de cadeias musculares é, na realidade, um trabalho das fáscias.
- Os músculos estão contidos dentro de bainhas interdependentes. O reequilíbrio das tensões passará pelo tratamento desses envoltórios. O músculo é apenas um “servente” ao serviço da organização geral, quer dizer, ao serviço das fáscias.
B. Dissecção da fáscia superficial do músculo peitoral maior (parte esternal). Observe como a perna do evidente “X” que cruza o esterno da parte superior direita para a inferior esquerda é mais prevalente que a outra, quase certamente como resultado de padrões de uso.
C e D. Secção da coxa, à esquerda com músculos e fáscia, e a direita uma visão de como o sistema fascial seria se fosse retirado sozinho do corpo como um todo.
Para trabalharmos um trilho anatômico devemos encontrar primeiro suas rotas (meridianos miofasciais) feitas de unidades de tecidos miofasciais ou conjuntivos.
Essas estruturas devem mostrar uma continuidade direta de fibras fasciais, a que chamamos de conexões “diretas”, ou estar indiretamente conectadas por meio de uma junção óssea interposta, a que chamamos de conexão “indireta”.
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